terça-feira, 6 de dezembro de 2016

MADEIREIRO ACUSADO DE GRILAGEM É PRESO NO PARÁ

Empresários são acusados de usar documentos falsos para grilar terras e explorar madeira ilegalmente (Foto: Mario Tama/Getty Images)

Valdelino Rabelo Alves, representante do INCRA ouvindo a denuncia dos
agricultores em reunião no dia 22 de novembro
A Polícia Federal prendeu o empresário Jevelis Grey Panassolo, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ameaçar trabalhadores rurais assentados em Rurópolis, no oeste do Pará, para continuar a explorar ilegalmente área de assentamento da qual o empresário se apossou com uso de documentos falsos. Para fazer as ameaças, o empresário utilizava até equipe armada, denunciaram os assentados.
Realizada no final de novembro por determinação da Justiça Federal em Santarém, a prisão só foi divulgada nesta segunda-feira (5/12), para preservar o sigilo processual. O empresário já entrou com pedido de soltura no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, e aguarda decisão.
O MPF, autor do pedido de prisão, acusa Panassolo e o pecuarista Ruy Villar de Lima Sampaio Júnior de terem grilado (tomado posse de terra pública por meio de fraudes em documentos) o imóvel denominado Fazenda Cachoeirinha, em Rurópolis.
Assentados na Sede da Unidade do INCRA em Rurópolis no dia
22 de novembro.

Segundo o MPF, por meio de falsificação de certidão do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e da apresentação de informações mentirosas ao Tribunal de Justiça do Estado, Ruy Villar Júnior conseguiu que a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semas) fosse obrigada a aprovar um plano de manejo para a área grilada, apesar de o INCRA e a Semas terem apontado uma série de provas da falsidade da certidão.
Segundo levantamento do INCRA citado na ação pelo procurador da República Camões Boaventura, Ruy Villar Júnior e Jevelis Panassolo estão vinculados, direta ou indiretamente, a diversas denúncias de tentativas de apropriação de terras da União, extração ilegal de madeira e ameaças e conflitos com famílias assentadas. Panassolo responde, ainda, por uma denúncia de crime de submissão de 11 trabalhadores a trabalho escravo.
O MPF pede à Justiça que Ruy Villar Júnior seja condenado a até 21 anos de prisão e multa pelos crimes de falsificação de documento público, falsidade ideológica, uso de documento falso e fraude processual. Para Panassolo o MPF pede à Justiça a condenação a 32 anos e seis medes de prisão e multa pelos crimes de uso de documento público falso, fraude processual, ameaça e desmatamento ilegal de 19 mil hectares.
Vale ressaltar, que apesar dos assentados já terem feito a denuncia ao Ministério Público Federal, no dia 20 de novembro, os mesmo solicitaram uma reunião com representantes do INCRA, Ministério Público, representante do SINTRAF e foram atendidos. Os agricultores reunidos, puderam formalizar suas denuncias às autoridades, em reunião que se realizou nas dependências da Unidade Avançada do INCRA, com sede em Rurópolis (veja matéria referente a reunião clicando no link a seguir: representantes do incra reune-se em rurópolis com promotor público ...)
POR VENILSON FERREIRA (veja a matéria original clicando no link a seguir: Madeireiro acusado de grilagem é preso no Pará - Globo Rural ...)

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