sexta-feira, 24 de outubro de 2014

25 DE OUTUBRO - DIA NACIONAL DO CIRURGIÃO DENTISTA


Amanhã, dia 25 de outubro é o estabelecido para comemorar o Dia Nacional do Cirurgião Dentista. Nesse dia, queremos parabenizar os nossos cirurgiões: Doutora Ivana Lemos, Doutora Taise Sousa Pamplona da Silva e o doutor Carlos Abicht, todos prestando serviços profissionais em nossa cidade. Parabéns a todos, e que o Homem lá de cima, lhes mostrem o caminho, para que sempre façam jus ao título e ao “canudo” que receberam.  Nosso humilde blog, no dia 25 de abril de 2013, já fez uma homenagem à Doutora Ivana Lemos intitulada “DOUTORA IVANA LEMOS NO PRATAS DA CASA”, hoje, vamos reeditar a matéria homenageando-a novamente, primeiro por ter nascido neste município, estudado e voltado para prestar serviço no lugar onde nasceu; segundo, por ser o dia 25 de outubro, Dia Nacional do Cirurgião Dentista. 
Dra. Ivana, recebendo visitas ilustres no seu consultório
Primeiro veja um pouco da História: Um dentistacirurgião-dentista é o profissional da saúde capacitado na área                 de odontologia, e apesar de terem um âmbito de ação semelhante, não deve ser confundido com o médico estomatologista. A atividade pode ser executada em consultório próprio ou em âmbito público. Nos dias atuais o cirurgião-dentista sai da faculdade voltada para a prevenção, graças à intervenção dos ministérios da Saúde e da Educação que dão um valor maior as faculdades que optam pelo eixo da saúde coletiva. 
Dra. Ivana e família
O dentista forma-se em faculdade como cirurgião-dentista, ele pode optar por várias especialidades tais quais: Ortodontia, odontopediatria, odontogeriatria, pacientes especiais, endodontia, periodontia, cirurgia, traumatologia bucomaxilofacial (CTBMF), dentística, saúde coletiva, odontologia legal, radiologia odontológica. O cirurgião-dentista é único o profissional da saúde do Brasil que se encontra cientificamente e legalmente apto para tratar as alterações do sistema estomatognático e estruturas anexas, sejam alterações congênitas ou adquiridas. No Brasil, o Dia Nacional do Cirurgião-Dentista foi estabelecido como 25 de outubro, quando se comemora a criação da primeira faculdade de odontologia (Medicina e Arte Dentária), na Bahia
Dra. Taíse e filho
Santa Apolônia, em cujo martírio sofreu fraturas de ossos faciais e de elementos dentais, é padroeira dos dentistas. Até o século XIX a prática da odontologia era efetuada por cirurgiões e barbeiros, quando físicos e médicos europeus começaram a exercer a profissão no Brasil. As atividades resumiam-se à extração dos dentes sem anestesia (não havia sido inventada), curativo de fístulas dentárias, tratamento das cáries com aplicação de remédios tópicos. Contudo, ainda no século XVIII dentes extraídos já eram substituídos por postiços, presos aos naturais com grampos de metal. Os postiços eram humanos ou talhados em osso, marfim ou massa endurecida. Os de porcelana só apareceram no século XIX, juntamente com o preenchimento das cáries com chumbo, aplicação de pivôs e dentaduras. A profissão está ligada à história brasileira devido ao alferes Joaquim José da Silva Xavier, devido à sua atuação na Inconfidência Mineira. Veja na íntegra a reedição da matéria: "DOUTORA IVANA LEMOS NO PRATAS DA CASA", clicando abaixo.
Ajuda: Google e face




 
DOUTORA IVANA LEMOS NO PRATAS DA CASA

Como prometemos, a Prata da Casa  do mês é a cirurgiã dentista Ivana Lemos. Queremos agradecer a confiança depositada pelos profissionais que por aqui passaram, e hoje agradeço a consideração prestada pela Doutora Ivana, pois apesar de seus inúmeros afazeres, conseguiu um tempo para nos atender, para contar um pouco de sua história (e estória). Espero que o descrito abaixo, sirva de exemplo para muitos que ainda não se encontraram. Jovens que tem todas as condições, mas não sabem o que fazer de suas vidas. Para esses jovens, peço que deem atenção ao PRATAS DA CASA, pois já tivemos o Doutor Plínio Tsuji e os “Filhos de Miguel”, contando suas histórias, e hoje, estamos com a Doutora Ivana contando o quanto foi árdua sua luta para chegar onde se encontra.
Doutora Ivana e seu pai Valdimir Fonseca (Louro)

Meu Nome é Ivana Lemos, sou cirurgiã-dentista, graduada pela Universidade Federal do Pará. Nasci no Hospital Municipal de Rurópolis em 30 de agosto de 1982 e nessa cidade passei a minha infância e adolescência. Cursei o maternal no Colégio Adventista e o ensino fundamental na Escola Eurico Valle. Aos 15 anos fui estudar em Santarém, no colégio Dom Amando.
Sou uma dos quatro filhos de Maria Nazaré da Silva Lemos, a Naza e Valdimir Fonseca Lemos, o Louro.  Sou casada e mãe de dois filhos lindos – Luísa e Davi. Relato a seguir um pouco da minha vida de estudante.
Nossa, como é difícil começar esse relato. Primeiro porque as ideias ficam embaralhadas; segundo porque quando penso em começar meus olhos se enchem de lágrimas em uma mistura de emoções que não sei definir ao certo o que é... Não é tristeza, também não é só alegria (risos)... É muita saudade, gratidão, superação, perseverança...
Poderia fazer esse breve relato em forma de comédia, de certo muitos rolariam de rir. Poderia ainda fazer um relato dramático. Não tenho dúvidas que muitos chorariam copiosamente ao ler. Talvez até desse uma história de aventuras, pois não foram poucas as tempestades que tive que enfrentar.  
Doutora Ivana com seus pais Louro e Naza
Contudo, o meu desejo é que seja um relato de agradecimento. Sou desmedidamente grata por tudo que meu maravilhoso Deus me permitiu viver e por todas as coisas e pessoas brilhantes que Ele colocou em minha vida.
Ainda muito jovem deixei a casa de meus pais para buscar um sonho aparentemente impossível e distante de minha realidade – minha formação profissional.  
Inicialmente, gostaria de agradecer ao meu avô “Joao Piano”. Em busca de dias melhores ele trouxe os filhos ainda pequenos para uma terra cheia de promessas e poucas verdades. Foi um dos primeiros colonos a ser “despejado” nesta sofrida Transamazônica.
Com um coração enorme e com a coragem do espírito nordestino que não se abala nem mesmo com as grandes secas ele fez história no Pará. Um homem simples e que embora analfabeto  reconhecia a importância da educação na vida de seus filhos.  Com muito sacrifício batalhou para que eles saíssem da roça para estudar na cidade.
Lembro-me que durante as férias, quando já cursava o segundo grau, todas às vezes o vovô Piano me chamava para sentar ao seu lado e então perguntava: “seu nani”,  você já sabe ler? E eu respondia com todo entusiasmo ( como se fosse a primeira vez que respondesse!!!!): sei sim vovô, eu já sei ler... Nesse momento eu podia ver a satisfação e brilho nos olhos dele.
Aos meus pais por renunciar tudo em favor de mim e meus irmãos. Muito obrigada por essa doação sem limites que fizeram das suas vidas em favor das nossas. Amor incondicional, que apenas dá e não pede nada em troca.
À minha querida mãe. Eu não teria ido à esquina se ela não tivesse confiado em mim, se não tivesse me estendido a mão, se não tivesse me acompanhado com tanta dedicação, se não tivesse se despido de todo seu orgulho e passado por cima de todos os seus medos e me deixado partir ainda tão criança.
Em nome da tia Maria, que me ensinou as primeiras letrinhas, meu agradecimento a todos os professores do Colégio Adventista. Sua doçura e seu sorriso sempre me acompanharam. Em nome dos professores Eunice, Antônia e Jafé gostaria de agradecer a todos os meus professores da Escola Eurico Valle. Tenho muito orgulho de ter feito parte dessa escola. Todos foram especiais em minha vida... 
Doutora Ivana e Secretária, na recepção de sua clínica
Em 1997, quando contava com apenas 15 anos, Rurópolis ficou pequena para os meus sonhos. Mas não bastava só sonhar, tinha que arregaçar as mangar e ir à luta. Assim o fiz. Convenci meus pais que tinha que estudar em Santarém e sem pensarmos bem se tínhamos ou não condições de ir eu fui... 
Comecei morando com alguns amigos e dividindo as despesas. Logo no primeiro mês a realidade bateu a porta, não teríamos condições de pagar as despesas da casa e do colégio.
Encontrei um pessoal de Rurópolis que estava morando em Santarém que me convidou para morar na casa deles. Como as despesas seriam menores aceitei. Mesmo as despesas tendo diminuído não estávamos conseguindo pagar o colégio. As mensalidades atrasadas foram acumulando, e quando não dava mais para manter fomos conversar com o irmão José Ricardo, que devido as minhas boas notas concedeu-me meia bolsa.
Nesse meio tempo ainda me mudei várias vezes, sempre enfrentando grandes adversidades e muita dificuldade financeira.
Após certo tempo, já não conseguíamos pagar sequer a meia bolsa no colégio. Foi um momento muito difícil, pois eu não tinha onde morar. Foi quando a tia Cleide que trabalhava como servente na escola e que cuidava sozinha de uma amiga - a Poly - e de mais três filhas me convidou para morar com ela. Sabia de todo meu sofrimento e da minha dedicação e em razão disso foi conversar com o irmão José Ricardo, que me concedeu uma bolsa integral no Colégio.  Nossa como fiquei feliz!
Apesar de toda sua boa vontade não poderia ser mais um problema pra ela... Foi quando outra amiga, já no terceiro ano, me convidou para morar na casa dela, fiquei um tempo lá, ela apresentou problemas psicológicos que ficaram difíceis de serem administrados.
A esta altura todo mundo do colégio já acompanhava minha “saga”. Foi quando a ”Mimi”, minha professora de química, me chamou para morar na casa dela. Ela abriu não só  a porta da sua casa, mas também escancarou o seu imenso coração. Ganhei outra mãe, outro anjo iluminado que nunca mais soltou a minha mão. Mimi, você é um presente de Deus, muito obrigada por cuidar tão bem de mim e dos meus irmãos.
Doutora Ivana em seu consultório particular
Mesmo com todas as adversidades, no terceiro ano fui a aluna com o maior coeficiente de rendimento. Em nome da professora Hecilda agradeço a todos os mestres maravilhosos que tive nesse Colégio. Muito obrigada por todos que acreditaram em mim... Que lutaram bravamente ao meu lado e muitas vezes me carregaram no colo.
Foram três anos de muito conhecimento e realizações.  Irmão José Ricardo, muito obrigada pela oportunidade e pelo exemplo de sabedoria nestes muitos anos dedicados ao Colégio Dom Amando. 
Quando terminei o terceiro ano em Santarém, meus sonhos iam além... Agora a despesa havia aumentado, meu irmão mais velho, Vladimir, estudando em Castanhal e a caçula Larissa vindo morar na casa da Mimi e fazer o primeiro ano. Meus pais, sem medir esforços, fizeram o impossível para que seguíssemos nosso caminho, sempre acreditando na gente e lutando por um futuro melhor.
A partir de então decidi que prestaria vestibular para Belém.  Fiquei com medo de não passar para o curso que realmente queria. Prestei então para enfermagem e psicologia, sendo aprovada em ambos. Persisti mais uma vez e no ano seguinte fui aprovada para o tão sonhado curso de odontologia na Universidade Federal do Pará. 
A vida em Belém também não foi fácil. Como não conseguia pagar aluguel mudei algumas vezes ainda, da casa do estudante do Pará à casa de algumas pessoas muito especiais as quais sinto imensurável gratidão. Gostaria de agradecer a todos que me acolheram: tia Lenina, tia Rosa, e minha amiga Rosângela - que sempre dividiu o pouco que tinha comigo, até uma pipoca pantera na hora do almoço... (risos). 
Até eu já cansei de tantas mudanças imagine quem tá lendo hein? Vamos pular algumas então... Como mencionei linhas atrás, Mimi (minha professora em Santarém) alugou um apartamento em Belém, uma vez que o seu filho Thiago e Larissa (minha vida) também estavam indo fazer faculdade em Belém. Fomos morar juntos.  Ficamos muito felizes, agora tinha um canto realmente meu. Apesar de passar quase um ano sem ventilador - no calor infernal de Belém - fomos muito felizes lá...
Realmente não foi fácil, passei muitas privações. Morei em uma casa que a dona só faziam almoço depois que eu saia para a escola; outra que ficava contando o tempo que eu ficava no chuveiro para ver o quanto de água gastaria; outra onde não podia ligar o ventilador para não gastar energia; teve outra que tinha que esperar todos jantar para então comer e lavar as louças. Aliado a tudo isso, não posso deixar de relatar as longas distâncias que percorri para economizar o dinheiro com transporte.  Mas são coisas que prefiro apagar da memória, pois um ou outro me fechou a porta, mas teve uma dezena que me estendeu a mão.
Com todas as dificuldades nunca perdi o foco. Sempre estudei muito. Em março de 2007 finalmente fui graduada como cirurgiã-dentista! Há poucos dias uma grande amiga me escreveu: “Querida amiga, muito obrigada. Com você aprendi umas das minhas maiores virtudes hoje: dar o melhor de mim em tudo que me proponho a fazer.” Para mim, acho que é assim que você consegue ter sucesso na vida, seja qual for o caminhar que decida seguir. Eu realmente sempre dei o melhor de mim.
Doutora Ivana em atendimento a uma cliente
Depois de formada escolhi retornar e prestar serviço em minha cidade natal, pois sabia da grande necessidade e carência da população. E foi com o espírito de que ainda podia mudar o mundo é que cheguei aqui...    
Hoje sou uma pessoal realizada pessoalmente e profissionalmente. Sempre acreditei que dinheiro não é o maior objetivo, mas a consequência de um bom trabalho. Ele nunca foi a lanterna que guiou meus sonhos. O que me guiou foi a vontade de fazer a diferença na história da minha família, dos meus amigos e da minha cidade.
Eu realmente fico muito feliz quando chego para dar palestra em alguma escola e uma criança me pergunta com os olhos brilhando e cheios de esperança: tia é verdade que você estudou aqui?  Dar esperanças a uma criança de que ela pode mudar a sua vida com a força de seus sonhos é mais gratificante que muita riqueza material.
Ainda tenho muitos anseios em relação a minha profissão. Espero que possamos ter um futuro com sorrisos mais saudáveis; que menos crianças sejam mutiladas; que menos dentes sejam removidos; que menos pessoas usem “dentaduras”.  Para isso acredito em um serviço público de qualidade, e na valorização de medidas de promoção e prevenção da saúde bucal. Temos lutado e defendido isso em nosso município...
Felizmente temos muitas histórias para ouvir aqui nesse espaço do blog. Temos muitos filhos de Rurópolis com história de superação e capacidade de trabalho. Espero que nossa cidade possa acolher, valorizar e apoiar cada vez mais as pratas da casa. Rurópolis precisa muito de nós!!!  Precisa da coragem e disposição de seus jovens.  Meu agradecimento pelo reconhecimento e oportunidade de relatar a minha história de vida.
Vivo assim, amando meu trabalho, me desdobrando para ser a melhor mãe, a melhor profissional, a melhor esposa, a melhor filha, a melhor irmã e a melhor amiga - meus defeitos são inumeráveis, mas sempre tento fazer e ser o melhor que posso com muito amor e dedicação. Acredito que Rurópolis possa dar um futuro melhor para seus jovens, e tenho mundo orgulho de fazer parte desta história.
“O impossível não existe. É apenas uma grande palavra usada por gente fraca, que prefere viver no mundo como ele está, em vez de usar o poder que tem para mudá-lo ou melhorá-lo.
Impossível não é um fato. É uma opinião.
Impossível não é uma declaração. É um desafio.
Impossível é hipotético.
Impossível é relativo.
O impossível é temporário…” Mohammad Ali
                       
Obrigada,
 Ivana Lemos

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